DOI: 10.5281/zenodo.6566873

 

Matheus Farias Dantas

Graduado em Letras Português pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB, matheus.fariasdantas@hotmail.com

 

Tânia Maria Augusto Pereira

Doutora em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Professora efetiva do Departamento de Letras e Artes (DLA) e do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores (PPGFP) da Universidade Estadual da Paraíba, taniauepb@yahoo.com.br.

 

RESUMO

Este artigo aborda a ficção de fã (Fanfiction) como um gênero do discurso repleto de polifonia e dialogismo, à luz da Análise do Discurso e da teoria de Bakhtin (1997). Para isso, foi analisada a autoria das ficções de fã, que são produções colaborativas entre escritor e o leitor-fã, tido como coautor da obra. O gênero digital Fanfiction foi analisado a partir das relações de forças sociais existentes na construção da sua mensagem, que confirma, complementa e/ou refuta aspectos de discursos anteriores. As características desse gênero discursivo eminentemente digital são descritas, tendo em vista que, muitas delas, foram herdadas dos folhetins publicados em jornais do século XIX, sendo atualizadas para os dias atuais como corroboram Pinheiro (2014) e Silveira (2018). Para expor a dinâmica e a linguagem desse gênero, foram analisadas duas Fanfics (abreviação de Fanfiction) inspiradas nos contos “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector (2009) e “Negrinha”, de Monteiro Lobato (2009), encontrados em um site voltado para a publicação de fic’s (abreviação de Fanfiction). Ademais, buscou-se afirmar a relevância da ficção de fã ao ser inserida nas práticas didáticas de leitura e escrita, de maneira a aprimorar as habilidades linguísticas e literárias dos alunos.

Palavras-chave: Fanfics. Gênero Digital. Leitura e Escrita.