Gabriele Conte Nunes
Discente do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida e da Saúde -
Universidade do Oeste de Santa Catarina - Joaçaba,Santa Catarina, Brasil.
nunees_gabriele@hotmail.com
Gabriele Demari
Baruffi
Discente do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida e da Saúde - Universidade
Comunitária da Região de Chapecó- Chapecó,Santa Catarina, Brasil.
gabrieledbaruffi@gmail.com
Marcos Guilherme
Tibes Pauletti
Docente especialista do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida e
da Saúde - Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó, Santa Catarina,
Brasil.
marcosgpauletti@gmail.com
RESUMO
A COVID-19 é uma doença infectocontagiosa causada pelo SARS-CoV-2, vírus
pertencente à família Coronavírus. O primeiro registro da enfermidade aconteceu
em dezembro de 2019 na China. Essa doença tem a capacidade de transmissão viral
muito alta, podendo evoluir com severas complicações, fazendo com que o
paciente necessite de internação em leito de terapia intensiva. Assim, desde o
início da pandemia, estudos com profissionais da saúde vêm demonstrando
elevação das prevalências de níveis de estresse moderado ou alto, em grande
parte relacionado a profissionais da linha de frente no combate à COVID-19,
visto que pandemias desafiam a saúde mental dos profissionais da saúde, os
quais estão em constante contato com pacientes em quadros graves, somando-se a
isso a submissão a exaustivas jornadas de trabalho.O objetivo deste trabalho foi identificar os
impactos ocasionados pela pandemia de Covid-19 em profissionais da saúde que
trabalharam e acompanharam pacientes na linha de frente em hospitais e em
unidades de atendimento, a fim de compreender os principais efeitos
psicológicos sofridos por esses
indivíduos. As informações contidas neste resumo foram obtidas por meio de uma
revisão bibliográfica de
artigos científicos selecionados, entre 2020 e 2022, nas plataformas Scielo e
PubMed, além de estudos realizados por organizações e revistas internacionais
referentes à pandemia do SARS-CoV-2 e suas consequências na saúde mental dos
profissionais dessa área. O impacto da pandemia do COVID-19
na saúde mental dos profissionais da saúde é muito evidente, pois ao trabalharem
diretamente na pandemia, tornam-se mais vulneráveis à própria infecção e,
consequentemente, a fatores estressantes como, por exemplo, aos testes
insuficientes, à evolução grave de alguns pacientes, à falta de equipamentos de
proteção individual (EPI) e de suprimentos médicos, tudo isso somado a cargas
de trabalho prolongadas e condições inadequadas de repouso, o que são
condicionantes para o desenvolvimento de quadros de distúrbios psicológicos.
Assim sendo, a sobrecarga na linha de frente da pandemia é a principal fonte de
sofrimento psíquico. Dessa forma, esses profissionais mostraram maior frequência
de sinais de exaustão, de ansiedade e de burnout
em diferentes momentos da evolução da pandemia. No que diz respeito à análise
das características dos indíviduos, a maior prevalência de sofrimento psíquico
acomete sujeitos do sexo feminino (80,6%), visto que o sexo feminino tem sido
descrito como um fator de maior predisposição ao estresse e aos transtornos
mentais. Isso tem sido associado aos múltiplos papéis exercidos pela mulher na
sociedade juntamente com as alterações hormonais e o quadro pandêmico
vivenciado. Portanto, é perceptível que os impactos da pandemia de COVID-19 na
saúde mental dos profissionais da área da saúde são incontestáveis e
prejudiciais ao bem-estar desses indivíduos. Destaca-se, também, que o contexto
de atuação desses profissionais, com longas jornadas de trabalho, associado ao
receio pela falta de equipamentos de proteção individual, ao desgaste emocional
cotidiano por terem que lidar com diversos fatores estressores, ao medo da
morte de si e de pessoas próximas e ao medo de ser infectado e de infectar os
outros, aumenta os níveis de ansiedade e de transtornos psíquicos desses
profissionais.
Palavras-chave: COVID-19. Impactos. SARS-CoV-2. Saúde Mental. Profissionais da saúde.