Marcos Guedes Vaz Sampaio
Doutor
em História Econômica (USP) e economista (UFBA). Professor Associado do
Instituto de Humanidades Artes e Ciências Prof. Milton Santos (UFBA). E-mail:
mguedesihac@gmail.com.
RESUMO
A crise internacional de 1847-1848 foi resultado
de uma combinação de eventos, como a praga das batatas na Irlanda, as colheitas
ruins na Inglaterra, a especulação em torno das ferrovias e do preço do trigo
nas principais praças da Europa, o Bank Charter Act de 1844 e a política
inglesa das Corn Laws. De uma certa forma, todos estes eventos
contribuíram para provocar uma crise econômica importante que terminou por
colaborar para a eclosão dos movimentos revolucionários de 1848. Os efeitos da
crise se disseminaram pelo continente europeu, mas também atravessaram o oceano
e alcançaram o continente americano. O Brasil experimentou uma queda importante
nas suas importações, resultando no melhor superávit de sua balança comercial
em um intervalo de 40 anos. A Província da Bahia, que dependia bastante das
receitas tributárias sobre mercadorias importadas e exportadas, sofreu uma
queda importante em sua receita no período em tela. O presente artigo visa a
analisar os efeitos sobre as economias brasileira e baiana desta emblemática
crise internacional, que durou pouco, mas que teve desdobramentos
significativos no cenário nacional e regional.
Palavras-chave: crise internacional; século XIX; Brasil; Bahia.