Sérgio Rodrigues de Souza
Licenciado em
Letras-Português. Filósofo. Escritor. Pós-Doutor em Psicologia Social. E-mail:
srgrodriguesdesouza@gmail.com
RESUMO
Este ensaio aborda a temática sobre a licença
poética e como ela tem sido utilizada para tentar explicar e, mesmo, justificar
a criatividade e a capacidade de interpretação de artistas acerca de seus
respectivos momentos históricos. Diferente do que se tem preconizado, nenhum
artista faz uso de nenhuma licença para produzir suas obras, porque sua
criatividade não está restrita a nenhum código moral; ele expressa a sua visão
e interpretação do mundo no qual esteja inserido através de sua imaginação,
fazendo uso de sua liberdade, auferindo um matiz especial aos fatos. Trata-se
de uma pesquisa exploratória, fundamentada na análise de várias obras
literárias de autores e escritores renomados por sua criatividade e
genialidade. Muitas destas inovações
que foram introduzidas na literatura, através do uso da licença poética,
tornaram-se objetos de estudos e mais tarde, foram agregadas às formas de
produção de grandes mestres da arte de escrever; jamais sendo interpretadas
como regras canônicas da Literatura e/ou da Língua; mas, como adornos
estéticos. É possível analisar a existência da licença poética e sua
aplicação aos contos e às outras formas de expressão artística devido ao fato
de que a modernidade criou tal conflito que precisou-se recorrer a um artifício
que permite a condição de liberdade para expressar sua técnica. A Licença Poética é uma explicação
esdrúxula criada para tentar justificar
e, de maneira estranha, explicar a produção artística. Ela não é um instrumento
de trabalho do qual o artista lance mão para esclarecer os seus insights criativos, exatamente porque a
sua existência não lhe provê nenhum tipo de vislumbre artístico.
Palavras-chave: Licença poética; Poesia clássica; Artes; Artistas e literatos.