Antônio Pereira Tavares
Neto
Mestrando pelo Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem (PPGL), na Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP), Recife-PE. Bolsista da CAPES/PROSUC, califaantonio@gmail.com
RESUMO
A
intolerância religiosa, cultural e social é um fenômeno historicamente
enraizado, sustentado por narrativas que legitimam o preconceito sem qualquer
base no respeito humano ou na ética comunitária. Muitas vezes disfarçada de
tradição, essa intolerância ganha contornos de aceitação social, alimentando
discursos de ódio que se propagam de forma ainda mais veloz e devastadora no
ambiente digital. Tal cenário exige uma urgente revisão crítica das
instituições e das práticas discursivas que reforçam essas ideologias
excludentes. É nesse contexto que emergem vozes dissidentes e corajosas como a
da Irmã Mônica Bispo, figura evangélica que, por meio de sua atuação militante
nas redes sociais, tornou-se um símbolo de resistência e acolhimento. Ao adotar
como lema a frase “É uma Ordem e um Decreto!”, Irmã Mônica propaga uma
espiritualidade inclusiva e um discurso de amor radical que confronta as
estruturas tradicionalmente excludentes do protestantismo brasileiro. Sua
presença digital tem gerado um impacto significativo na luta por direitos e na
visibilização da comunidade LGBTQIAPN+, configurando-se como uma expressão
contemporânea de militância religiosa interseccional. Este artigo propõe uma
análise qualitativa sobre a atuação missionária da Irmã Mônica, utilizando como
metodologia a revisão bibliográfica e a análise de padrões de engajamento nas
redes sociais, com foco no Instagram. O diálogo teórico articula autores como
Barbosa (2019), Goffman (2014), Heidegger (1999), Moraes (2013), Nietzsche
(1992), entre outros, buscando compreender os processos simbólicos e
discursivos que sustentam essa nova configuração do imaginário cristão
inclusivo e seus reflexos na luta contra a intolerância e pela promoção dos
direitos humanos.
Palavras-chave: Irmã Mônica. Militância digital. Inclusão LGBTQIAPN+. Discurso religioso. Redes sociais.