DOI: 10.5281/zenodo.16953768

 

Antônio Pereira Tavares Neto

Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem (PPGL), na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Recife-PE. Bolsista da CAPES/PROSUC, califaantonio@gmail.com  

 

RESUMO

A intolerância religiosa, cultural e social é um fenômeno historicamente enraizado, sustentado por narrativas que legitimam o preconceito sem qualquer base no respeito humano ou na ética comunitária. Muitas vezes disfarçada de tradição, essa intolerância ganha contornos de aceitação social, alimentando discursos de ódio que se propagam de forma ainda mais veloz e devastadora no ambiente digital. Tal cenário exige uma urgente revisão crítica das instituições e das práticas discursivas que reforçam essas ideologias excludentes. É nesse contexto que emergem vozes dissidentes e corajosas como a da Irmã Mônica Bispo, figura evangélica que, por meio de sua atuação militante nas redes sociais, tornou-se um símbolo de resistência e acolhimento. Ao adotar como lema a frase “É uma Ordem e um Decreto!”, Irmã Mônica propaga uma espiritualidade inclusiva e um discurso de amor radical que confronta as estruturas tradicionalmente excludentes do protestantismo brasileiro. Sua presença digital tem gerado um impacto significativo na luta por direitos e na visibilização da comunidade LGBTQIAPN+, configurando-se como uma expressão contemporânea de militância religiosa interseccional. Este artigo propõe uma análise qualitativa sobre a atuação missionária da Irmã Mônica, utilizando como metodologia a revisão bibliográfica e a análise de padrões de engajamento nas redes sociais, com foco no Instagram. O diálogo teórico articula autores como Barbosa (2019), Goffman (2014), Heidegger (1999), Moraes (2013), Nietzsche (1992), entre outros, buscando compreender os processos simbólicos e discursivos que sustentam essa nova configuração do imaginário cristão inclusivo e seus reflexos na luta contra a intolerância e pela promoção dos direitos humanos.

Palavras-chave: Irmã Mônica. Militância digital. Inclusão LGBTQIAPN+. Discurso religioso. Redes sociais.